Primeira Técnica da Casa da Moeda visita o CRT-RJ
“Paguei o Crea por 30 anos e não tive reconhecimento.
Nunca fui recebida como fui hoje aqui na sala do presidente. Depois de muito anos sou valorizada e reconhecida”, disse Nazilda.
Nazilda Fernandes Ferreira, pernambucana de 60 anos que virou carioca, porque veio bebê para o Rio de Janeiro foi a primeira técnica industrial a trabalhar na área de manutenção na Casa da Moeda no final dos anos 80. Foi desafiada a fazer uma prova, passou em primeiro lugar e desbancou muitos técnicos homens na sua área. Técnica em Eletrônica desde 1980, foi conhecer a sede do Conselho Regional dos Técnicos Industriais e em conversa com o presidente Sirney Braga falou sobre sua trajetória profissional de mais de 30 anos de profissão, suas lutas e as discriminações passadas e mesmo com todas as dificuldades se considera uma vitoriosa. “ A paixão para ser técnica surgiu através de um namorado que eu tive aos 18 anos que era engenheiro elétrico. Comecei a me interessar pela profissão e a partir da experiência dele e fui fazer o Curso Técnico de Eletrônica na Escola Técnica Visconde de Mauá, em Marechal Hermes. A partir daí, comecei a trabalhar direto como técnica, passei por várias empresas até chegar à Casa da Moeda em 1988, onde fiquei até 2019 e me aposentei”, disse a técnica que ficou emocionada com a recepção no CRT-RJ.
O presidente Sirney Braga relembrou seus tempos de liderança sindical quando lutou pelos direitos dos técnicos tanto salariais; como por equipamentos de segurança. “Os técnicos eram muito resistentes em colocar o EPI-Equipamento de Proteção Individual, arriscavam suas vidas. Nós lutamos muita também pela inclusão das mulheres dentro do ambiente da fábrica”, disse Sirney.
Durante a conversa, a técnica Nazilda foi presenteada com um kit com publicações do CRT-RJ e também um pin do Conselho, mais a maior surpresa foi ela receber das mãos do presidente Sirney, a carteira profissional do CFT. “Paguei o Crea por 30 anos e não tive reconhecimento. Nunca fui recebida como fui hoje aqui na sala do presidente. Depois de muito anos sou valorizada e reconhecida”, disse Nazilda emocionada.