Em defesa dos institutos federais
O CRT-RJ participou, recentemente, de Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) sobre o corte de recursos que ameaçam paralisar os institutos federais e as universidades federais. Reitores e dirigentes das instituições de ensino desenharam um quadro dramático da situação, alertando para o fato de que estão a um passo do colapso.
No Rio de Janeiro, temos dois institutos federais: o Instituto Federal Fluminense (IFF) e o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), além do Colégio Pedro II e o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), que também fazem parte da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Conforme dados levados pelo reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Manhães, só no IFF a queda orçamentária, de 2015 a 2022, foi de 31%. Sendo que a queda em custeio foi de 22% e de investimentos de 84%. Considerando somente o orçamento aprovado no Congresso, sem as emendas parlamentares e parcerias público-privadas, os investimentos do IFF caíram de quase R$ 16 milhões em 2015 para R$ 700 mil em 2021.
Para manter um mínimo de funcionamento, as instituições estão sendo obrigadas a não fazer novos investimentos, como obras e compras de equipamentos. E os primeiros a sofrer com os cortes são os funcionários terceirizados e os bolsistas.
Como filho da escola pública – pois estudei na Escola Técnica Estadual Ferreira Viana, na antiga Escola Técnica Federal, atual Cefet, e na UERJ -, sei da importância que o diploma num curso técnico profissionalizante tem para os jovens das camadas populares. Os cursos técnicos são o passaporte de entrada para uma vida melhor. Garantir que os Institutos Federais se mantenham funcionando com todos os recursos necessários é essencial para a formação de novos técnicos e para a qualidade da educação profissional e tecnológica.
Gilberto Palmares, presidente do CRT-RJ