Como limpar aparelhos eletrônicos para evitar Covid-19 e outras doenças
Para prevenir a infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da Covid-19, os brasileiros passaram a se empenhar mais na limpeza da casa. Uma pesquisa do Instituto Qualibest, realizada em março de 2020, mostrou que 94% dos 3 003 respondentes (ou seja, 2 823 deles) mudaram seus hábitos de higiene. Só que os aparelhos eletrônicos exigem um tratamento especial na hora da faxina, já que, dependendo de como forem manejados, podem sofrer danos.
Isso não é desculpa para deixar de limpá-los, viu? O patologista Jorge Luiz Araújo Filho, professor das Faculdades Integradas de Patos, na Paraíba, aponta que, mesmo que a pandemia tenha ressaltado a importância da higienização, as doenças provocadas por micro-organismos afetam milhões de pessoas no mundo todos os anos. “Com o uso indiscriminado de medicamentos antimicrobianos e produtos químicos desinfetantes, os agentes infecciosos estão se tornando cada vez mais resistentes. Por isso, a higienização adequada e frequente dos equipamentos eletrônicos é fundamental, mesmo após o fim do surto de Covid-19”
Essa preocupação não é à toa. Segundo Araújo Filho, existem cerca de 23 mil bactérias e fungos em celulares, por exemplo. “Dados revelados por uma pesquisa da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos mostram ainda que os teclados de computadores têm até 400 vezes mais bactérias do que um vaso sanitário!”, informa.
E esses seres microscópicos são capazes de sobreviver por dias, meses ou até mais de um ano, dependendo das condições dos aparelhos.
Tablets e celulares
Devem ser higienizados com mais frequência, principalmente os celulares, já que tocamos neles o tempo todo. No início da pandemia, muita gente aproveitou o álcool em gel para desinfetá-los, mas o ideal é utilizar álcool isopropílico 70%, pois ele não leva água em sua composição. O álcool em gel serve apenas para as mãos. Ele tem glicerina, que serve para hidratá-las”, esclarece Araújo Filho. “Já o álcool líquido comum é indicado para superfícies, como maçanetas, mesas e portas. Em componentes eletrônicos, ele causa oxidação, comprometendo o aparelho”, completa. O profissional recomenda colocar um pouco da versão isopropílica em uma escova macia ou em um cotonete (remova uma parte do algodão) para limpar as áreas mais internas, sempre com movimentos suaves.
Computador e notebook
Em tempos de isolamento social, esses aparelhos estão entre os que demandam limpeza constante, já que a utilização ficou muito mais frequente. “Há o risco de serem contaminados por mãos que tocam em superfícies e, em seguida, no teclado e no mouse” observa o especialista. “É comum tocar neles após fazer alguma refeição, tornando-os, assim, um ambiente favorável para a proliferação de micro-organismos”, acrescenta. Nos teclados e mouses, devemos usar um pano ou papel levemente umedecido com álcool isopropílico 70%. Já na tela, recorra apenas um pano seco e macio. “Caso tenha sujeira visível, é necessário passar algum produto específico para monitores, que são encontrados em lojas de informática”, orienta Araújo Filho. Para desempoeirar as entradas e saídas de ar, use a mesma dica dos celulares e tablets: cotonete ou um pincel fino.
Fonte: Saúde Abril