Para que a gestão da manutenção seja bem feita, primeiramente deve existir a consciência da necessidade de se cuidar dos ativos da empresa. Sem isso, todas as atividades que envolvem a utilização de equipamentos acabarão gerando desperdício de recursos.
É importante perceber que, para garantir a qualidade e eficiência das operações, a gestão da manutenção leva em conta aspectos como: regulamentações e legislações, estabelecimento de cronogramas, definição de orçamentos e mapeamento de processos.
A adoção do pensamento voltado à manutenção não demostra apenas a preocupação com os problemas esporádicos, ou uma mentalidade de não mexer no que não está quebrado, mas de tentar prevenir que a necessidade de “apagar incêndios”, reais ou figurativos, seja o principal foco dos times responsáveis por manutenção.
Precisa-se definir, portanto, quais os objetivos estratégicos que serão suportados pelo planejamento de manutenções, assim facilitando não só a definição de métodos, mas também de ferramentas a serem incluídas dentro das rotinas fabris e, principalmente, os indicadores que devem ser monitorados para que as decisões sejam tomadas de forma mais assertiva.
Planejamento e a Gestão da Manutenção
Para que a gestão de manutenção seja eficaz, é preciso conhecer não apenas as máquinas que fazem parte do processo, mas também incorporar o planejamento de vários tipos de manutenção em diferentes periodicidades e níveis de detalhamento.
Os principais deles são os seguintes, de acordo com a norma NBR 5462/1994:
Manutenção preventiva: efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destina-se a reduzir a probabilidade de falha ou degradação do funcionamento ou a degradação do funcionamento de um item.
Manutenção preditiva: também conhecida como manutenção controlada, permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva.
Manutenção corretiva: aquela efetuada após a ocorrência de uma pane destinada a recolocar o item em condições de executar uma função requerida.
Estas, ainda, podem ser classificadas de acordo com a definição de sua programação:
Manutenção programada: manutenção preventiva realizada de acordo com um programa estabelecido.
Manutenção não programada: realizada após a recepção de uma informação relacionada ao estado de um item
Além desses, mais dois aspectos levam a definições complementares, como o local em que o procedimento de manutenção é realizado, podendo ser no campo, remota ou fora do local de utilização, ou ainda se a mesma pode ser realizada de forma automática.
Considerando esses conceitos, é possível elaborar um planejamento mais eficaz para a realidade da empresa e de seus processos, baseando-se também no orçamento disponível, objetivos estratégicos, planejamento de tempos e movimentos, legislações e normativas vigentes para as atividades, sendo possível calcular o desperdício que pode ser evitado.
Como fazer a Gestão de Manutenção?
Por se tratar de um tipo de gestão que envolve não apenas diversos níveis da empresa, mas também tipos de atividades, é importante haver uma forma de monitorar, controlar e verificar os pontos alinhados com os indicadores e objetivos do planejamento estratégico feito.
Hoje, é possível utilizar softwares para realizar este tipo de gestão, também conhecidos como CMMSs (Sistema Computadorizado de Gestão da Manutenção), e concentrar em um dashboard indicadores como:
Gestão de ordens de serviço: podem ser realizadas por diversos tipos de triggers, sejam eles automáticos, ativados pelos sistemas de monitoramento, ou mesmo manuais quando uma necessidade é identificada pelo operador.
Wrench time: Trata-se de um indicador que mostra qual o percentual de tempo que um profissional de manutenção passa, de fato, cumprindo as atividades que constam no seu plano de manutenção. Ou seja, não devem ser incluídos aqui os deslocamentos, pausas, preenchimento de relatórios, recebimento de instruções e qualquer outra ação que não seja de fato a manutenção em campo.
Gestão de performance do equipamento: é possível monitorar por quanto tempo aquele equipamento está em uso, em que horários ele está funcionando, facilitando o planejamento do período que este equipamento pode estar parado para a realização dos procedimentos adequados de manutenção. Mas também é possível monitorar os códigos de falha, e checklists de manutenção.
Gestão do inventário: não só de equipamentos, mas também de peças para a realização de trocas, verificando a necessidade de investimentos nesse tipo de compra.
Além dos softwares, a utilização de tecnologias complementares como medições de tempos e movimentos, é importante para que as informações colhidas sejam corretas, e úteis, auxiliando nas tomadas de decisões importantes dentro dos processos da empresa.
Quais as vantagens de realizar a Gestão da Manutenção?
Redução de custos: sabendo exatamente quando um ativo deverá sofrer uma pausa em seu funcionamento, é possível calcular os custos de se reestabelecer o ciclo de produção. Além de economias com a possibilidade de se reduzir as equipes de manutenção e suas rotas até os pontos que devem ser atendidos. Quanto mais rápida é a execução do serviço, mais rápido é reestabelecida aquela atividade no processo, e menor a chance de perdas financeiras.
Alocação eficiente de pessoal: tendo-se planejado quais as atividades de manutenção e suas periodicidades, além do acompanhando de perto da realização dessas tarefas, é possível alocar de forma mais assertiva o número de pessoas necessários para aquele procedimento. É possível inclusive, acompanhar, de forma individual, o manutentor na execução de suas rotinas, e verificar a sua performance. A Gerdau foi uma das empresas que utilizou esta metodologia. Para ver o case, é só clicar aqui.
Melhorias nos indicadores de segurança do trabalho: realizando-se manutenções preventivas, ou mesmo corretivas de forma planejada, e sempre realizando inspeções da condição dos equipamentos, é possível identificar gargalos que possam estar prejudicando a integridade do equipamento, e do pessoal que trabalha com ele. Se um equipamento está necessitando de manutenções mais frequentes devido a desgastes, é bom analisar, por exemplo, se não é necessária a realização de treinamentos para a equipe que opera aquele equipamento, para que seja feito de forma correta.
Atendimento às regulamentações e legislações: é possível com a realização do monitoramento de equipamentos identificar se alguma delas está em desacordo com alguma legislação, seja em sua estrutura ou modo de operação. Requisitos de ergonomia podem ser melhorados, por exemplo, se o equipamento está instalado e funcionando da forma correta.
Aumento na vida útil de um ativo: o monitoramento próximo dos equipamentos, a realização de manutenções preventivas e preditivas, pode ajudar a aumentar a vida útil daquele equipamento, reduzindo a necessidade de investimento em trocas de equipamentos. Podendo-se também usar os mesmos dados de monitoramento e investimento para se melhorar os equipamentos já existentes nas áreas.
Aumento da confiabilidade no processo: como os ativos estão sendo constantemente monitorados, a realização da gestão de manutenção garante que os procedimentos e rotinas são executados de forma correta e no momento necessário.
Fonte: Novida